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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O período regencial e o golpe da maioridade (1831- 1840)

O Período Regencial e o golpe da maioridade (1.831 à 1.840)

           Depois que vários políticos “exaltados” saíram às ruas para – junto ao povo – derrubar Pedrinho; muitos deles tiveram uma atitude reacionária. Após a renúncia, eles se reuniram sem o povo (e sem eleições populares) para formar o novo governo. Enganação e traição também fazem parte da luta de classes.
Durante esse período, formaram-se 4 Regências (2 Trinas e 2 Unas). Como estouraram cerca de 44 revoltas no país (!), nenhum governo conseguia segurar a bucha. O povo estava insatisfeito. Entre estas podemos destacar a Sabinada (PA), a Balaiada (MA) e a Cabanos (PA). O que os caboclos do Norte e nordeste queriam era uma maior distribuição das riquezas (terras) para sobreviver. Na Revolta dos escravos malês (BA), os escravos tomaram Salvador até as tropas do RJ chegar e massacrar aqueles que queriam sua liberdade. No RS e SC, na Guerra dos Farrapos as elites brigavam para ter uma participação melhor na economia e política do país, pois estavam esquecidos pelo governo centralizado no RJ.
Todas essas revoltas eram contra as mudanças que foram feitas pelos políticos do período estão: a descentralização do poder – onde cada senhor de terras regional poderia mandar como quisesse, e a formação da Guarda Nacional (para substituir o exército), onde o cargo de Coronel era dado ao dono de terras de cada região onde tivesse um batalhão da Guarda.
Em 1.840, o regente Araújo Lima armou o “Golpe da Maioridade” que daria a D. Pedro II o trono com seus 14 anos de idade. Era uma tentativa de acalmar o país. É claro que o pequeno rei não governava, ainda.
Após 1840 formou-se no Brasil o “Parlamentarismo às avessas”: um sistema político onde o primeiro-ministro (que normalmente é indicado pelos deputados) era nomeado pelo rei. Também o senado era Vitalício, ou seja, os Senadores só saíam do emprego para a cova. Sem falar que era D. Pedro II quem escolhia quais seriam os senadores dentre uma lista de três nomes eleitos (!). De 1.840 à 1.889, haviam 2 partidos no Brasil: os liberais e os conservadores. Não havia muita diferença entre os dois, pois seus políticos mudavam constantemente de lado. Muito embora os liberais formassem às vezes o Gabinete ministerial, quem mandava mesmo eram sempre os conservadores (saquaremas), pois tinham em suas mãos os pequenos jornais, as faculdades, as instituições e, assim, manipulavam a opinião pública a seu favor...
Em 1.848 estourou em Pernambuco a Revolta da Praia. Nesta, as elites locais entram em um confronto armado. O poder central entrou em acordo com um dos lados para reprimir o outro. É claro que D. Pedro II preferiu ficar do lado dos mais conservadores e estes venceram não só a luta, mas a própria escrita da História – já que criaram uma versão de que o lado perdedor era um bando de loucos que estavam promovendo o “caos” e a “baderna” em Pernambuco. Em História é assim, o vencedor geralmente cria a versão de que o vencido era o “errado”, o “iludido”, o “louco”. Por isso, a História não tem uma versão final para os fatos. Cada sociedade cria sobre o passado questões interessantes para si mesma.
Detalhe: no Brasil só havia faculdades (para os filhos da elite), escolas primárias para o povo, NADA !!