O Período
Regencial e o golpe da maioridade (1.831 à 1.840)
Depois
que vários políticos “exaltados” saíram às ruas para – junto ao povo – derrubar Pedrinho; muitos deles tiveram uma atitude
reacionária. Após a renúncia, eles se
reuniram sem o povo (e sem eleições
populares) para formar o novo governo. Enganação e traição também fazem parte
da luta de classes.
Durante esse período, formaram-se 4 Regências (2
Trinas e 2 Unas). Como estouraram cerca de 44 revoltas no país (!), nenhum
governo conseguia segurar a bucha. O povo estava insatisfeito. Entre estas
podemos destacar a Sabinada (PA), a Balaiada (MA) e a Cabanos (PA). O que os
caboclos do Norte e nordeste queriam era uma maior distribuição das riquezas
(terras) para sobreviver. Na Revolta dos escravos malês (BA), os escravos
tomaram Salvador até as tropas do RJ chegar e massacrar aqueles que queriam sua
liberdade. No RS e SC, na Guerra dos Farrapos as elites brigavam para ter uma
participação melhor na economia e política do país, pois estavam esquecidos
pelo governo centralizado no RJ.
Todas essas revoltas eram contra as mudanças que
foram feitas pelos políticos do período estão: a descentralização do poder –
onde cada senhor de terras regional poderia mandar como quisesse, e a formação
da Guarda Nacional (para substituir o exército), onde o cargo de Coronel era
dado ao dono de terras de cada região onde tivesse um batalhão da Guarda.
Em 1.840, o regente Araújo Lima armou o “Golpe da
Maioridade” que daria a D. Pedro II o trono com seus 14 anos de idade. Era uma
tentativa de acalmar o país. É claro que o pequeno rei não governava, ainda.
Após 1840 formou-se no Brasil o “Parlamentarismo às
avessas”: um sistema político onde o primeiro-ministro
(que normalmente é indicado pelos deputados) era nomeado pelo rei. Também o
senado era Vitalício, ou seja, os Senadores só saíam do emprego para a cova.
Sem falar que era D. Pedro II quem escolhia quais seriam os senadores dentre
uma lista de três nomes eleitos (!). De 1.840 à 1.889, haviam 2 partidos no
Brasil: os liberais e os conservadores. Não havia muita diferença
entre os dois, pois seus políticos mudavam constantemente de lado. Muito embora
os liberais formassem às vezes o Gabinete ministerial, quem mandava mesmo eram
sempre os conservadores (saquaremas),
pois tinham em suas mãos os pequenos jornais, as faculdades, as instituições e,
assim, manipulavam a opinião pública a seu favor...
Em 1.848 estourou em Pernambuco a Revolta da Praia. Nesta, as elites
locais entram em um confronto armado. O poder central entrou em acordo com um
dos lados para reprimir o outro. É claro que D. Pedro II preferiu ficar do lado
dos mais conservadores e estes venceram não só a luta, mas a própria escrita da
História – já que criaram uma versão de que o lado perdedor era um bando de
loucos que estavam promovendo o “caos” e a “baderna” em Pernambuco. Em
História é assim, o vencedor geralmente cria a versão de que
o vencido era o “errado”, o “iludido”, o “louco”. Por isso, a História não tem
uma versão final para os fatos. Cada sociedade cria sobre o passado questões
interessantes para si mesma.
Detalhe: no Brasil só havia faculdades (para os
filhos da elite), escolas primárias para o povo, NADA !!