O movimento operário em luta contra a
Revolução Industrial e o capitalismo
Desde o início da Revolução Industrial, os trabalhadores
reagiram às formas de exploração trabalho que os burgueses criaram.
Primeiramente, surgiram as sabotagens, as expropriações e o “corpo-mole”.
Indignados com a forma como os “patrões” os tratavam, os artesãos das
manufaturas queriam voltar a uma sociedade a qual haviam saído há pouco; assim,
as primeiras formas de resistência à Revolução Industrial são marcadas por práticas
e ideias que eles tinham desde sua migração do campo para as cidades, decorrentes em grande parte por causa dos cercamentos de terras.
No final do século 18, as fábricas surgiram contra essas primeiras formas de luta... (veja o texto O nascimento das fábricas neste blog).
Nessa nova realidade das “fábricas satânicas” como os trabalhadores as chamavam, estes tiveram que reinventar suas formas de luta contra os burgueses e a exploração. Surgiram trocas de cartas e imprensa sobre a situação dos operários. Nessas, perceber que eram explorados, não importando qual fábrica, setor, cidade ou país estavam, foi um importante fator de CONSCIÊNCIA de pertencer a uma classe social, algo fundamental para a luta.
No final do século 18, as fábricas surgiram contra essas primeiras formas de luta... (veja o texto O nascimento das fábricas neste blog).
Nessa nova realidade das “fábricas satânicas” como os trabalhadores as chamavam, estes tiveram que reinventar suas formas de luta contra os burgueses e a exploração. Surgiram trocas de cartas e imprensa sobre a situação dos operários. Nessas, perceber que eram explorados, não importando qual fábrica, setor, cidade ou país estavam, foi um importante fator de CONSCIÊNCIA de pertencer a uma classe social, algo fundamental para a luta.
Nas décadas seguintes surgiram: ligas operárias (uma espécie de sindicatos de várias categorias); associações de ajuda mútua (para operários acidentados, operárias gestantes, idosos etc.); o “luddismo” (os quebradores de máquinas, mas somente das que tiravam empregos); o “cartismo” (levavam cartas aos deputados dos países, no intuito de serem ajudados a sair da situação de miséria e de não ter direitos); passeatas e manifestações... além disso, surgiram as GREVES.
Desde a Roma Antiga, a recusa ao trabalho era chamada de “parada”. Na Paris (França) da Revolução Industrial, os operários – cansados de apanharem da polícia quando faziam as tais paradas e ficavam dentro das fábricas – começam a ir para as praças próximas. No centro da cidade, havia uma praça “Griève”... e o nome da praça “pegou” no movimento... nascia a greve!
Os operários organizavam as greves dias após do recebimento do salário. Assim, aguentavam mais tempo parados. Os patrões já não aguentavam tanto, pois precisavam da produção funcionando para entregar os produtos já comprados pelos comerciantes. Só que, antes de negociar, os patrões chamavam a polícia (!) e era borrachada na cabeça dos trabalhadores...
Por isso, os operários foram para as praças e das praças para as ruas. Parando as ruas, atrapalhando o “trânsito”, eles mostravam para a sociedade a miserável situação na qual trabalhavam e viviam. Atingiam assim, o centro do sistema que os explorava sem dó! Parar as ruas atrapalhavam o sistema capitalista a andar/fluir... Na sociedade capitalista, a rua é o local de circulação de mercadorias, i. e., como o capitalismo transforma tudo em mercadorias, produtos e pessoas, tudo o que circula nas ruas é visto pelo sistema como mercadoria. Quando os trabalhadores param as ruas nas greves estão atingindo em cheio o sistema. Por isso, as mídias hegemônicas (empresas capitalistas de comunicação, grandes conglomerados que monopolizam e distorcem as informações) falam tão mal das greves e as "cobrem" (nos jornais, rádios, tvs) falando apenas do lado negativo: "atrapalham o trânsito", "Atrapalham o cidadão" etc. As mesmas atitudes de parar as ruas, quando feitas por torcedores de futebol não são tão mal faladas pelos mesmos meios de comunicação. Por que será?
As greves foram a principal forma de luta dos trabalhadores. Através delas, eles forçaram os patrões a negociar, conquistaram direitos e melhorias de vida. Mas isso não foi fácil ou rápido. Às vezes, um direito trabalhista demorou décadas para ser formado... e muitas greves... muitas borrachadas... muitas mortes, ocorreram para termos direitos hoje... Para Hannah Arendt, os operários europeus expandiram os direitos do iluminismo para as camadas mais pobres e conquistaram outros mais...